Do Manual dos Sentidos

Nem sempre o que se olha é real. Nem tão pouco o que nunca se viu, deixará inúmeras vezes de o ser!

sábado, 9 de julho de 2011

Os Eunucos

"Os eunucos devoram-se a si mesmos, não mudam de uniforme são venais, e quando os mais são feitos em torresmos, levantam-se os tiranos, pedem mais..."

- Passará mais algum tempo e a última holding que sobrará, com tanto vício de comprar e tão grande ânsia de poder, tentará por fim, comprar-se a si mesma. Ao primeiro cêntimo de investimento na sua própria compra, morreu atolada no veneno em que transformou a primeira razão da moeda.
- Já vi escroques no centro das práticas profissionais, atirarem laços de corda aos tornozelos de quem lhes ensinou tudo para poderem exercer o ofício. Para depois o espaço ficar mais livre e o ex ajudante ocupar em pleno o lugar de quem foi o seu mestre. Não por um soldo de competência, mas sim por outro de mero serviçal. O mais assustador de tudo, colocados diante das evidências e dos factos, ainda pretendem convencer-nos de que assim é que é normal. E assim prosseguem, e por lá continuam.
- O amor ensinado pelo 25 de Abril não teve tempo de se reproduzir. Os últimos 25 anos, quase liquidaram por completo a consciência de solidariedade descoberta e interiorizada por quase todas as almas vivas, no rescaldo da 2ª guerra mundial. Quem ainda não descobriu, pode prever agora para onde o pensamento actual nos encaminha.
- A convocatória feita pelas redes sociais, para que se concentrem os corpos numa revolta do lixo, contra as agências de notação, os rostos instituídos na politica ou representantes de Órgãos de Soberania, para que se faça sem demora a Agência de Rating Europeia, como se aqui residisse a solução do monstruoso problema que nos afecta, é perpetuar os estados de alma no mais vergonhoso obscurantismo, para que o Poder seja o que sempre foi. Resgatar para si quase todos os privilégios, e deixar na agonia dos tempos, os batalhões de robots, meticulosamente criados nas escolas, para o servir e para o sustentar. Num caldo de mentira e de traição ao semelhante, de que a miséria intrínseca não deixa descobrir ou interceptar as origens.
- Pilatos ainda perguntou à derradeira assembleia, quem deveria ser poupado à morte. Se Jesus, se Barrabás. O dedo decisor de uma estranha cruz feita consciência popular, votou Barrabás para a liberdade e Jesus para a morte. O problema é o mesmo desde então, e já o era antes. Não me surpreende que sejam recriados outros modelos de Gólgota para fazer definhar os que sofrem as consequências do ostracismo, ou ainda mais abjectas penalizações, até por parte daqueles a quem demos tudo, do amor, das nossas benévolas capacidades, e  por trazermos ao-de-cima uma melhor visibilidade do problema,  seguida de noções revolucionárias para o seu combate, ou maior proximidade à solução. Se ousas interferir em nome do bem como diferença, estás condenado. E condenado está o Mundo se ainda não se entendeu a si mesmo.
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Copyright: Germano Vaz - Representante Jurídico, Sociedade Portuguesa de Autores - 2-7/2011

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